Por Victoria Cardiel
546x3a
12 de jun de 2025 às 16:25
O Instituto para as Obras de Religião (IOR), o Banco do Vaticano, teve um lucro líquido de € 32,8 milhões (cerca de R$ 210,5 milhões) no ano ado, em comparação com € 30,6 milhões de euros (cerca de R$ 196,4 milhões) em 2023, um aumento de 7%, segundo relatório anual publicado ontem (11) pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Esse resultado, segundo o relatório, deve-se ao crescimento das receitas de juros (+5,8%), das receitas de comissões (+13,2%) e das receitas de corretagem (+3,6%).
O relatório também tem informações sobre os lucros redistribuídos ao papa e a outros itens do orçamento da Santa Sé.
Conforme exigido pelos estatutos do IOR, o relatório foi posteriormente submetido à Comissão de Cardeais, que autorizou a distribuição de um dividendo de € 13,8 milhões (cerca de R$ 88,5 milhões) ao papa.
Um gesto que, segundo a Santa Sé, reafirma “o compromisso do instituto com sua missão de apoiar obras religiosas e de caridade”.
Segundo os resultados do ano ado, o volume total de ativos de clientes istrados pelo IOR — com depósitos, contas correntes, ativos sob gestão e títulos em custódia — subiu para € 5,7 bilhões (cerca de R$ 36,5 bilhões), em comparação com € 5,4 bilhões de euros (cerca de R$ 34,6 bilhões) no ano anterior.
O patrimônio líquido do instituto aumentou para € 731,9 milhões (cerca de R$ 4,6 bilhões), representando um aumento de € 64,3 milhões de euros (cerca de R$ 412, 4 milhões) em comparação com 2023.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram q414
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Um dos números mais notáveis é o índice de capital de Nível 1, indicador financeiro fundamental que mede a solidez financeira de um banco e sua capacidade de absorver perdas enquanto continua operando. Segundo os dados apresentados, atingiu 69,43%, representando uma melhora de 16,1% em relação ao ano anterior. Esse número se deve, segundo a Santa Sé, "a uma redução geral dos riscos e ao aumento do patrimônio líquido".
O desempenho das linhas de gestão de ativos do instituto também foi positivo: 100% delas tiveram retornos brutos positivos e 79% superaram seus respectivos pontos de referência. Todos os serviços financeiros e investimentos foram feitos em total conformidade com a doutrina social da Igreja, segundo o relatório.
O balanço financeiro do IOR, no qual a titularidade das contas se limita a instituições da Igreja, organismos eclesiásticos, entidades da Santa Sé e embaixadas e embaixadores acreditados junto à Santa Sé, foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Superintendência em 29 de abril e auditado pela Mazars Italia SpA.
A Santa Sé atribuiu esse desempenho positivo ao lucro líquido alcançado e às "inúmeras melhorias" feitas. No ano ado, o IOR fortaleceu suas principais funções, adicionando pessoal especializado e fazendo investimentos estratégicos em infraestrutura digital e tecnológica, com o objetivo de aprimorar o atendimento ao cliente.
Segundo a Santa Sé, os índices de liquidez e o índice de capital Nível 1 do instituto o colocam entre as “instituições financeiras mais sólidas do mundo” em termos de capitalização e liquidez.
A instituição continua sendo a única entidade autorizada a oferecer serviços financeiros no Estado da Cidade do Vaticano.
As contas, preparadas segundo com as Normas Internacionais de Contabilidade e as Normas Internacionais de Relatório Financeiro, confirmam mais um ano de “crescimento sustentado e sólido”, diz o relatório.
Victoria Cardiel é jornalista especializada em temas de informação social e religiosa. Desde 2013, ela cobre o Vaticano para vários veículos, como a agência de noticias espanhola Europa Press, e o semanário Alfa y Omega, da arquidiocese de Madri (Espanha).