Por Madalaine Elhabbal
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10 de jun de 2025 às 14:39
Embora o cristianismo continue sendo a maior religião no mundo de 2010 a 2020, o último estudo da Pew Research mostra que o islã ultraou todas as religiões do mundo em crescimento da população ao longo da década.
O relatório “How the Global Religious Landscape Changed from 2010 to 2020” (Como o Cenário Religioso Global Mudou de 2010 a 2020, em tradução livre), recentemente divulgado, tem dados (link em inglês) de cerca de 2, 7 mil fontes, como censos nacionais, pesquisas demográficas e registros populacionais. Algumas das estimativas apresentadas no relatório se originam de dados referentes a 2020, que só foram divulgados em 2024 devido à pandemia de COVID-19, que atrasou os dados do censo em pelo menos 65 países.
O relatório abrangeu 201 países, com foco em sete categorias religiosas: cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, judeus, pessoas que pertencem a outras religiões menos conhecidas e pessoas sem afiliação religiosa.
Segundo o relatório, o número total de cristãos aumentou em 122 milhões entre 2010 e 2020, enquanto o número total de muçulmanos aumentou em 327 milhões — "mais do que todas as outras religiões juntas". A população cristã global era de 2,3 bilhões em 2020, enquanto a população muçulmana global chegou a 2 bilhões.
Além dos muçulmanos, o único outro grupo que cresceu como porcentagem da população global foram os que dizem não ter religião.
O relatório descreveu esse fenômeno como “impressionante” porque pessoas sem religião são geralmente mais velhas e têm taxas de fertilidade mais baixas, o que as coloca em “desvantagem” para o crescimento populacional.
No fim de 2020, no entanto, os “não religiosos” representavam 24,2% da população global, tornando-se o terceiro maior grupo no estudo, depois de cristãos e muçulmanos.
Segundo o relatório, “pessoas que abandonam sua identidade religiosa depois de terem sido criadas como cristãs” é a principal razão pela qual pessoas sem afiliação religiosa superaram as que tinham afiliação religiosa ao longo da década. Depois do cristianismo, o budismo é a segunda religião que perdeu o maior número de adeptos.
Os EUA estavam entre os muitos países onde uma grande porcentagem de sua população cristã deixou sua igreja entre 2010 e 2020. No entanto, a Pew observou que os números indicam que o declínio parece ter se estabilizado. Em 2020, os EUA tinham a segunda maior população de indivíduos sem filiação religiosa no mundo, depois da China.
Em termos de distribuição regional, a África Subsaariana agora abriga a maioria dos cristãos do mundo, com 30,7% vivendo na região em 2020. Isso é uma mudança em relação a 2010, quando 24,8% viviam na África Subsaariana e 25,8%, a maioria dos cristãos do mundo, viviam na Europa.
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A mudança se deveu tanto ao aumento populacional natural na África Subsaariana quanto à "disseminada desfiliação cristã na Europa Ocidental", concluiu o relatório, dizendo: "Essa é uma grande mudança geográfica desde o início dos anos 1900, quando os cristãos na África Subsaariana representavam 1% da população cristã global e dois terços dos cristãos viviam na Europa".
Os cristãos vivenciaram mudanças substanciais em mais países do que qualquer outro grupo religioso, diminuindo sua parcela na população em todos os países, exceto um — Moçambique, onde a parcela de cristãos aumentou em 5 pontos percentuais.
As concentrações regionais de judeus também mudaram, diz o relatório, com 45,9% vivendo na região do Oriente Médio e Norte da África e 41% na América do Norte. Em 2010, o maior número de judeus vivia na América do Norte. A mudança se deveu em grande parte ao crescimento da população de Israel de 5,8 milhões para 6,8 milhões por meio da migração e do crescimento natural ao longo da década.
Poucos países experimentaram mudanças substanciais na porcentagem de muçulmanos em suas populações, diz o relatório, apesar de apresentarem o maior crescimento populacional global. Isso se deve ao fato de o crescimento ter ocorrido em países onde os muçulmanos já eram o grupo religioso dominante. O crescimento populacional islâmico foi amplamente atribuído às altas taxas de fertilidade.
Os hindus eram o quarto maior grupo religioso em 2020, crescendo cerca de 12% entre 2010 e 2020, com o crescimento mais notável na região do Oriente Médio e Norte da África, onde chegaram a 3,2 milhões — um aumento de 62%. No entanto, a maioria dos hindus ainda reside na Índia, e a religião se manteve estável, representando 14,9% da população global ao longo da década.
De todas as religiões representadas no relatório, os budistas foram o único grupo a experimentar declínio mundial entre 2010 e 2020, com o número de budistas ao redor do mundo diminuindo 5%, de 343 milhões em 2010 para 324 milhões em 2020.
“Isso se deveu tanto à desfiliação religiosa entre os budistas no Leste Asiático quanto a uma taxa de natalidade relativamente baixa entre os budistas, que tendem a viver em países com populações mais velhas”, diz o relatório.
A Pew também analisou o crescimento de pessoas que aderem a "outras religiões", como bahá'ís, jainistas, xintoístas, sikhs, taoístas, wiccanos, zoroastristas e outros. A Pew estimou que o número de pessoas pertencentes a essa categoria aumentou 12%, de 154 milhões para 172 milhões, entre 2010 e 2020. No entanto, a população mundial cresceu aproximadamente na mesma proporção, mantendo a porcentagem de adeptos de "outras religiões" numa porcentagem estável de cerca de 2% da população global.
Madalaine Elhabbal é uma repórter da Catholic News Agency baseada no escritório da EWTN em Washington, D.C. Ela escreveu para o CatholicVote e também trabalhou como assistente de língua estrangeira na França. Ela é formada pelo Benedictine College (EUA).