A freira portuguesa Maria Lúcia Ferreira, conhecida como irmã Myri, da congregação das Monjas da Unidade de Antioquia, pediu orações para que não haja uma nova guerra civil na Síria. O presidente Bashar al-Assad foi derrubado no domingo (8) por grupos rebeldes liderados pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS). A religiosa vive no mosteiro de São Tiago Mutilado, na vila de Qara, a cerca de 90 km de Damasco.

Em mensagem ao secretariado português da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), a irmã Myri disse que agora “está tudo bem”. Mas, confessou que “os cristãos tiveram muito medo”, porque “a lembrança da guerra está muito presente e o perigo de entrar de novo nela fez muito medo a muita gente, já que foram rebeldes que fizeram este avanço e a memória dos massacres está ainda muito presente na memória das pessoas”.

A irmã Myri contou que esse medo se fez presente, por exemplo, quando os rebeldes islâmicos tomaram a cidade de Aleppo, a segunda maior da Síria e onde vive uma importante comunidade cristã. “Os cristãos fugiram das suas casas, mas graças a Deus já estão a voltar”, disse. Segundo ela, o clima de confiança tem sido possível por causa da atitude de respeito que os rebeldes têm manifestado às várias comunidades religiosas.